segunda-feira, 7 de setembro de 2009

'Nunca toquei em um iPhone', diz o 'pai' do telefone celular

Em visita à Espanha, o engenheiro norte-americano Martin Cooper - conhecido como o 'pai' do celular, por ter inventado o primeiro aparelho móvel na década de 70 - surpreendeu a todos ao afirmar que nunca usou iPhone, o smartphone mais badalado da atualidade, fabricado pela Apple.

"Eu nunca toquei em um iPhone, mas esta guerra entre o Android, Symbian e Apple parece ser mais democrática. Trará mais inovação. É melhor do que um sistema único para todos. Isso seria como uma ditadura. A escolha dos usuários faz com que se promova a inovação", disse ele ao jornal espanhol "El País".

Em 3 de abril de 1973, Martin Cooper fez a primeira chamada com o Dyna-Trac, um protótipo da Motorola, empresa para a qual o engenheiro trabalhava na época da invenção. Nos anos 80, começaram a ser comercializados os primeiros dispositivos, que custavam mais de US$ 4 mil (cerca de R$ 8 mil), pesavam cerca de um quilo e tinham bateria com duração média de apenas 20 minutos. "Realmente, eu não acho que alguém poderia segurar tanto peso na orelha por muito tempo", brincou Cooper.

Em vez de um moderno aparelho, Cooper prefere a simplicidade, e surpreendeu ao mostrar seu próprio telefone celular: um terminal comum, apenas com números para discagem, uma pequena tela e um botão para falar com o operador. "Quem inventou foi minha mulher, Arlene Harris; e é perfeito para conversar, sem complicações. A parte de ouvir está no ouvido e o microfone na boca. É de extrema simplicidade", disse Cooper, acrescentando que, "infelizmente, só podem ser comercializados nos Estados Unidos".

Dependência

"Estudos mostram que, se alguém tem que abrir mão de algo prefere deixar seu carro do que o seu celular. Mesmo se a pessoa ficar sem trabalho e tenha que economizar em comida para manter sua linha telefônica", revelou Cooper, falando sobre a forte dependência que muitos têm do celular. "Os aparelhos de hoje são muito mais sociáveis, já que nos permitem interagir no Facebook e Twitter, embora deste último eu não entenda quase nada nada", acrescentou o engenheiro, que já passou dos 80 anos.

Os usos do celular nos continentes não são os mesmos. Na América do Norte, por exemplo, se fala de três a cinco vezes mais do que na Europa. Nos Estados Unidos, a competição fica em torno do de preços mais baixos, enquanto na Europa a maior preocupação é a a melhor cobertura. Em ambos os continentes, cerca de 13% da população tem celular, mas não tem telefone fixo. "É lógico! Nós chamamos as pessoas, não lugares", disparou Cooper.

Aplicações

Uma vez superada a era da transmissão de voz e mensagens de texto, o engenheiro prevê um futuro cheio de aplicações no terminal que "pode ser muito útil para avaliar as condições do corpo humano e transmiti-las aos nossos serviços de saúde. Será possível prever um ataque de diabetes ou conhecer hábitos que possam nos causar danos", acredita o inventor do primeiro telefone móvel.

Com mais de 80 anos, Cooper ainda está na ativa. Ele deixou a Motorola, empresa na qual deu forma ao primeiro telefone móvel há 36 anos móvel, para ser o diretor-executivo de uma empresa de "antenas inteligentes". Ao contrário das que oferecem cobertura atualmente, o que ele planeja é fornecer gerenciamento não só por zonas, como também com áreas de prioridade de larguras de banda.

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