Vírus russo exige envio de SMS pago para desbloquear o computador
A notícia mais interessante da semana foi a descoberta de um         vírus de origem russa que impede o computador de iniciar e exige         a obtenção do código desbloqueador por meio do envio de um SMS         premium. Outro fato marcante envolve um nome conhecido entre         quem teve de lidar com spywares e adwares, especialmente antes         de 2007 - a Zango, que já operou sob o nome de 180solutions,         encerrou suas atividades.
 
     Também nesta semana: pesquisadores descobrem rede         zumbi de quase dois milhões de computadores e Mozilla lança nova         versão do Firefox para corrigir uma dúzia de vulnerabilidades.
 
     Se você tem alguma dúvida sobre segurança da informação             (antivírus, invasões, cibercrime, roubo de dados, etc), vá             até o fim da reportagem e utilize a seção de comentários. A             coluna responde perguntas deixadas por leitores todas as quartas-feiras. 
>>>> Cavalo de troia russo pede SMS para destravar o computador
Especialistas da PandaLabs descobriram um cavalo de troia russo         que “tranca” o computador da vítima e exige que um SMS seja         enviado para um número que acarreta uma tarifa extra, como no         caso dos 0900. A praga se enquadra na categoria de         “sequestradores” ou “ransomware”.
 
     Normalmente esse tipo de código malicioso encripta         os documentos da vítima e deixa um aviso, exigindo pagamento         para que os arquivos sejam recuperados. É assim que funciona o         cavalo de troia Gpcode.
 
     A nova praga, batizada de SMSlock.A, impede         totalmente o computador de ser iniciado. Ela exibe uma mensagem,         em russo, que instrui o usuário a enviar o SMS e digitar um         código na mensagem, para então receber de volta outro, que deve         ser digitado para a liberação do computador.
 
     Por enviar a mensagem a um número premium, a         vítima irá pagar o autor do vírus por meio da conta telefônica.
 
     Tática semelhante era usada pelos chamados         “dialers”. Esses eram softwares instalados normalmente por sites         pornográficos que tentavam forçar o computador a discar um         número premium para acessar a internet – às vezes até mesmo no         lugar do acesso em banda larga – com a justificativa de que o         acesso por meio de um número com pagamento de tarifa era         necessário para acessar o site adulto.
 
     O SMSlock.A, no entanto, cai na mesma categoria de         outras pragas “ransomware”. O primeiro vírus da categoria,         conhecido como PC Cyborg Trojan ou Aids Info Disk, surgiu em         1989 como explica a coluna Segurança             para o PC de 30 de março.
>>>> Desenvolvedora de adware Zango cessa operações
Notória desenvolvedora de adwares – softwares feitos         exclusivamente para exibir anúncios publicitários –, a Zango         encerrou suas operações esta semana. A empresa era responsável         por um programa de mesmo nome que exibia pop-ups contendo         publicidade durante o uso normal do sistema. Ela foi adquirida         pelo site de vídeos Blinkx depois que o banco executou a         hipoteca e recolheu os bens da companhia.
     
       Os anúncios exibidos pela Zango deveriam         patrocinar algum outro software instalado ou website, mas         pesquisadores como bem Edelman e Chris Boyd mostraram que nem         sempre isso acontecia. A instalação do software era feita de         maneira ilegal em alguns casos, o que levou o governo         norte-americano a multar a empresa em US$ 3 milhões em 2006.
     
       Até meados de 2006, a companhia se chamava         180solutions. Após se unir com outra empresa de adware, a         Hotbar, o nome Zango, antes usado apenas no software, foi         adotado como nome da própria empresa. Na época, o nome         '180solutions' já era sinônimo de problema para muitos         internautas.
     
       Co-fundador e ex-diretor de tecnologia da empresa,         Ken Smith publicou um extenso post em seu blog pessoal falando         dos erros cometidos pela Zango. Smith admite que a empresa errou         ao fazer parcerias com distribuidores que faziam uso de métodos         ilegais para distribuir o software, mas acusa outras companhias         do ramo de adware de agir de forma ainda pior, o que teria         destruído o mercado de adwares.
     
       Smith também afirma que a empresa nunca conseguiu         dar aos seus usuários algo cujo valor fosse suficiente para         compensar a manutenção do programa “patrocinador” no computador.         Segundo ele, isso só foi reconhecido como um problema muito         tarde, e a má reputação da companhia dificultava as negociações.
     
       Na maioria das vezes, a Zango “patrocinava” um         website que o usuário visitou apenas uma vez, um programa P2P ou         algum jogo eletrônico de baixa qualidade. Em muitos casos era         possível desinstalar o adware e continuar usando os programas.         Mas também podia acontecer de o Zango não ser desativado mesmo         depois de você desinstalar os aplicativos patrocinados ou deixar         de acessar o site.
     
       A empresa já havia dado sinais de fraqueza no ano         passado quando demitiu 68 funcionários, 1/3 de toda a         organização.
     
       O fechamento da Zango é só mais um na decadente         indústria de programas patrocinadores. Claria (também conhecida         como Gator) e DirectRevenue, dois grandes nomes do ramo, também         já fecharam. As que ainda sobrevivem, como a canadense         Integrated Search Technologies (IST) e a norte-americana WhenU         reduziram drasticamente as atividades questionáveis e, por         consequência, não são mais encontradas nos computadores de         internautas com a mesma frequência. 
>>>> Pesquisadores descobrem rede zumbi de quase 2 milhões de PCs
A empresa de segurança norte-americana Finjan divulgou esta         semana a descoberta de uma rede zumbi composta por 1,9 milhão de         computadores. Segundo os especialistas da companhia, é uma das         maiores redes-zumbis encontradas este ano em posse de um único         grupo de criminosos.
     
       Após descobrirem o centro de comando e controle         (“C&C”) da rede, localizado na Ucrânia, os especialistas         conseguiram achar outras informações sobre as máquinas         infectadas porque os operadores não protegeram o servidor de         forma adequada. Isso também permitiu que os pesquisadores         descobrissem o número de máquinas envolvidas. Segundo a Finjan,         computadores do governo – que às vezes lidam com informações         pessoais ou sigilosas – estariam incluídos na rede.
     
       Os computadores infectados, dos quais quase a         metade (45%) encontra-se nos Estados Unidos, são controlados por         meio de uma interface gráfica simples, na qual os criminosos         podem digitar comandos em formulários. 
>>>> Mozilla lança Firefox 3.0.9 para corrigir vulnerabilidades
O Firefox 3 ganhou mais uma atualização de estabilidade e         segurança esta semana, o Firefox 3.0.9. A nova versão elimina um         total de doze vulnerabilidades, entre elas uma que poderia         permitir execução de código (instalação de vírus).
     
       Há outra brecha que permite que um site malicioso         falsifique a URL (campo de “endereço” do navegador). O erro         seria útil para sites clonados que querem enganar os usuários. A         nova versão pode ser baixada no site oficial.
     
       Estas foram as principais notícias da semana no         mundo da segurança da informação. A coluna volta na         segunda-feira (27) com a continuação do assunto iniciado esta         semana, os             ataques de envenenamento de cache. Bom fim de semana a         todos!
        
* Altieres Rohr é especialista em segurança de computadores e, nesta coluna, vai responder dúvidas, explicar conceitos e dar dicas e esclarecimentos sobre antivírus, firewalls, crimes virtuais, proteção de dados e outros. Ele criou e edita o Linha Defensiva, site e fórum de segurança que oferece um serviço gratuito de remoção de pragas digitais, entre outras atividades. Na coluna “Segurança para o PC”, o especialista também vai tirar dúvidas deixadas pelos leitores na seção de comentários. Acompanhe também o Twitter da coluna, na página http://twitter.com/g1seguranca.
             
             







 










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